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PARA DE GRITAR ISSO

SEU IRRESPONSÁVEL

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O frango xadrez, com uma rodela de abacaxi (?), no prato feito podia ser que fosse bom. O preço era. Mas não deu. Não deu para  ficar e descobrir. Sentei, peguei a rede bem ruinzinha da padaria-restaurante, e fiquei aguardando vir o prato. Demorou um pouco. Tempo suficiente para a música começar a me irritar. Uma baladinha sem-vergonha, daquelas americanas que me fazem pensar mal do dono, em querer ir lá discutir o assunto, em falar da limitação das opções, do quanto o mundo é grande para ter que me enfiar goela abaixo sempre a mesma coisa. Tem sido minha religião, meu mantra, minha preocupação, o tema.  Só que não fico aí discutindo toda, toda hora porque as reações, o desgaste e a canseira são grandes.

Dessa vez só levantei e fui embora. E quero fazer isso mais e mais. Meu ouvido não aguenta, minha digestão não merece, meus anos de bom comportamento já passaram, se é que existiram. Baladinha americana, rockinho besta, acorde midiático da conchinchina, escreveu não leu, para o pau não comer, saio fora.  Estoura minha paciência.

Tá. E quando tocar Under Pressure do Queen? (Ufa! Eles não são americanos. Mas estão na mídia. Não precisam de mim. E, de mais a mais, ao longo da história a Inglaterra já mostrou que não é flor que se cheire). Deixa eu continuar na pergunta ali. Acho que não é essa a pergunta amigo/amiga. A ideia não é deixar de ouvir o que te fez chorar na juventude ou  correr na rua de desespero alegre ou triste. Não é isso. A intenção é ouvir outras coisas também. Cada vez mais. A ideia  é que mais e mais instituições procurem outras músicas para os seus ambientes. Que se sintam responsáveis pelo que propagam. Que queiram difundir acordes outros.  Tá. E a banda de rock do meu amigo? Então... É tanta banda de rock que eu não sei como o povo não enjoa. 

Aliás, eu sei. Condicionamento de nascença. Já não está na hora de criar outra moda, não?  Banda de fandango, de mambo, de tango. Tanto meandro para explorar e a gente ali ouvindo a guitarrinha, o baixinho, a bateriazinha, na mesma.  Eu sei, cara, eu sei que tem um monte de música boa. Não é essa a discussão também. A discussão é abrir o ouvido para outra pegada. Perceber que há uma razão para nascer tanta coisa com estilo igual. O que eu quero dizer é que o ouvido cresce numa bolha. Parece que não há nada além. Tem que alguém fazer um ploft.

E sabe o que mais me irrita. É que sempre ao falar de música tem alguém que cita um nome americano. É óbvio que muitos deles têm qualidade inegável,  estão em todo lugar, em todos os ritmos e estilos. É óbvio que John Cage é único, maravilhoso e inspira gerações. Mas, ele já tem seu lugar garantido na história e  também não precisa da minha modesta divulgação aqui.

  

Até John Cage, Karen? Ah. Para. Não paro. Quis fazer uma opção. Não vou divulgar compositores americanos e ponto. Quero dar espaço para outros nomes. Isso quer dizer que não vou num concerto ouvir alguém tocando John Cage? Óbvio que vou. Já fui em um que rodou a madrugada, inclusive, em Curitiba. Ah! Não, era do Satie (melhor ainda), o Alvaro Colaço, do Solo Mùsica, me lembrou agora. E ainda me contou uma história engraçada sobre esses enganos. Ele sonhou com o maestro Waltel Branco (que era próximo dele), viu que era dia 22 e já estava dando feliz aniversário a ele nas redes. Uma ligação de uma amiga foi a salvação. O post já tinha umas vinte curtidas.

Bem voltando à minha americanofobia. O fato é que eu estou cansada  de um nome americano, uma universidade de lá, sempre aparecer como referência em um escrito, trabalho, show. Para gente. Menos complexo de vira-lata.  Vamos fuçar outras coisas. Por que só o de lá que chega? E o mesmo vale para a música de outros países que ganha conformação midiática. Ou o povo daqui que não está na mídia, mas que faz o trabalho bem formatadinho para ver se entra.Também não vou divulgar na minha atualização. Ai, ai... Nossa, as gravadoras devem estar megapreocupadas, imagino... rs

Estou pensando em fazer essa atualização anualmente aqui no meu site. Começou lá no Arte na Roda (Conexão Planeta) com o megapost PARA DE GRITAR ISSO, SEU IRRESPONSÁVEL, em 2018. Lembra? Prometi que iria atualizar, então aí vai.  Vamos combinar o seguinte, quem ficou com vontade  de entrar nessa atualização de 2019, acha que tem a ver, escreve para mim que eu já guardo as indicações para 2020. Pode ser músico ou só gostar de música. Vem para bolha da resistência musical! E que ela fique tão grande que as paredes beirem o além: além rápidas  Santa Cândida-Pinheirinho, Campo Comprido-Capão da Imbuia. Mas, já aviso. Se eu achar que não tem a ver com o propósito do trabalho, não entra. Mas, a gente pode ficar amigo e bola para frente.

E lanço o desafio para quem achar difícil sair da mesmice musical: chore com uma música que não seja americana (tomara que seja latino-americana)  ou que não toque nas rádios midiáticas!  Você consegue. Vou ficar cutucando sem parar.   Dá para começar a tentar derrubando uma lágrima com as dicas daqui do blog. Eu já derrubei várias. 

* Se quiser saber o porquê do nome, leia o DICAS 2018.

Karen Monteiro por sua assessoria

KAREN MONTEIRO CONTEÚDO E TRADUÇÃO.

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