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Andinos, poesia e solidariedade

 

CAIXOLÁ LÁ LINHA é uma ação que envolve artesanato, literatura, solidariedade e aproveitamento de lã e linha.
Utilizando lã de descarte, a jornalista cultural, tradutora e cronista Karen Monteiro faz gorros andinos, inspirados nos dos indígenas mapuches e na força de luta pela união latino-americana, além de bolsinhas para homenagear a abelha Pedra-Raiz, personagem dos escritos da jornalista. Pedra-Raiz  morreu depois de tentar voar para a colméia e se perdee em meio a tanto agrotóxico que vem sendo espalhado na natureza. A cada cinco peças vendidas, uma é doada para os carrinheiros de Curitiba, esses trabalhadores que recolhem o lixo reciclável que produzimos sem parar.


A jornalista cultural, tradutora e cronista Karen Monteiro, desde o início da pandemia, vem fazendo crochê. Vendo a mãe crochetar meias para um asilo, lembrou-se de quando aprendeu crochê com a tia na adolescência. Uma amiga tinha muita lã sem uso em casa, sobras de trabalhos artesanais para as netas e enviou para a jornalista. “Minha amiga me deu a ideia de doar uma parte da produção. Sempre me comoveu muito ver o trabalho dos carrinheiros do lixo reciclável. O peso do material, o frio, a caminhada, o baixo valor que recebem. Decidi que eu doaria uma parte da produção pra eles”, conta Karen.

O nome CAIXOLÁ LÁ LINHA veio como conseqüência dos blogs que a jornalista mantém: CAIXA CAIXOTE CAIXÃO, inspirado em arte visual que não pode ser encaixotada para não morrer e PARA DE GRITAR ISSO SEU IRRESPONSÁVEL, inspirado em música que não toca nas rádios.  No instagram, Karen apresenta Tempo, modelo CAIXOLÁ LÁ LINHA, criado pela artista Tadica Veiga. Tempo veste os andinos. Os posts do instagram têm frases que passeiam pela escrita poética. Nos blogs, textos maiores, contam histórias tecidas também pela lã,  linha e palavra. 

Em tempo: se algum indígena mapuche sentir que essa deveria ser uma ação dele e que eu não deveria continuar com isso, me avisa que eu, Karen Monteiro, paro agora. Ganho pouquíssimo com isso. Faço por amor, por vontade de união latino-americana, por vontade de ver andinos passeando no Brasil não só nas cabeças dos bebês ou só na lembrança do personagem do Chaves. Não quero vê-los  sendo chamados de gorro-aviador. É Andino. É Andino. Pra lembrar que somos um continente só. Pra lembrar que somos irmãos e que esse quintal é nosso. 

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