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Tellhas, centelhas.

Atualizado: 26 de jun. de 2020



As grades, há que se continuar refletindo sobre, agora aqui no PARA DE GRITAR ISSO SEU IRRESPONSÁVEL. É o meu, É o nosso tema na quarentena. Grades físicas ou místicas. Sim, de novo. Passa corvo. Dá para ver das grades. Parecem padres. Desorientados. Precisando ÔRÍ. Ligação com ORIgem. Necessitando se dobrar para outros pares até dar vertigem em outros ares. Passar riscando, fere. Sombreando pele, insere escuridão no céu de anil e desfaz matéria deserta. Traz paz incerta, coberta quente do insondável, da dúvida, da mudança constante. Porque ninguém precisa ser aquele antes. E sim o bem antes. Ancestral. ORIginal. Desfaça-se luz. Vista-me negrume da terra. Acaricia não raio. Esvaneça-se grade. Cubra-nos com véu da identidade. E nos deixe pisar no telhado, com dedos de desORIentação. Nos dê dedos muitos, brotando em telhas, centelhas, estrelas para inverter a lógica, para virar de ponta cabeça. Para virarem os pés, o andar, a própria proteção. O próprio caminho que ampara, que abre outros caminhos.


E que bem no centro das nossas encruzilhadas, bem naquele nó de dar dó, bem naquele momento de olhar bem para dentro, a gente fique bêbado com a própria saliva, mastigue a imprevisilidade que se ajudou a construir, engula tempo espiral para conseguir o equilíbrio que quiser nesse ralo de mundo. Ubuntu. Todos juntos para derrubar essa grade e construir outra com um futuro negro, bem negro, de pessoas negras, da maioria na frente. Todos construindo uma nova roda temporal. Gosto da ideia que ouvi por esses dias de uma grande roda de capoeira em que se entra saindo e se sai entrando. Essa força é maior que de super-heroi.


Na live do Seu Verciah – que tem uma voz belíssima - você encontra esses pensamentos nas músicas e nas conversas. São uma verdadeira lição de como viver nesse mundo. Nos ensina a entender quem são as pessoas que devem estar à frente daqui em diante nesse Brasil. Esse país precisa querer ser negro, precisa parar de negar a sua identidade para se fortalecer.




E a música é uma boa forma para criar força, união e fazer reverberar ideais de uma sociedade mais justa . Como diz a mãe do Tiganá Santana: que a força da música cresça. Ouça esse cd, ouça o papo dele no Congresso Internacional Yorubantu, ouça mais um outro disco. É função nossa buscar referências não coloniais, privilegiar outras histórias que não a mesma dos “descobridores”. Aquela que a escola insiste em contar, mas que cada vez menos gente acredita.




PARA APRENDER LÍNGUAS AFRICANAS.

Reproduzo aqui o texto do Prof. Dr. Henrique Freitas – Coordenador da Coleção Yorubantu.

Sobre a coleção YORUBANTU

YORUBANTU é uma coleção-devir da editora Segundo Selo que traz ao público os trabalhos oriundos de projetos de pesquisa, inovação, ensino e extensão, todos interconectados, gravitando em torno do grupo de pesquisa Yorubantu: epistemologias yorùbá e bantu nos estudos literários, linguísticos e culturais, sob minha coordenação no Instituto de Letras da Universidade Federal da Bahia (Brasil). Apesar de a área de Letras ser nosso ponto de partida nessa proposta editorial, interessa-nos o diálogo com as epistemologias africanas e negras, sobretudo as yorùbá e bantu, no Brasil, em África e na diáspora, onde elas se manifestarem, portanto não respeitaremos nessa coleção nem limites territoriais, nem linguísticos, nem disciplinares, até porque a aprendizagem das epistemologias em foco mostra o quão frágeis são essas fronteiras e o quanto as barreiras de áreas acadêmicas ou nacionais despotencializam exatamente o corpo-saber negro e africano que se tece transtópico, pós-disciplinar, multimodal, poliglóssico, multissemiótico e se aquilombando- se contra uma colonialidade do poder que historicamente tentou controlar de forma panóptica os conhecimentos disruptivos erigidos em diferença e que estão ainda por serem considerados na história das ideias brasileira. Num exercício exuístico de tornarmo-nos o que somos na encruzilhada epistêmica, seguimos caminho sobre caminho, “lançando uma pedra hoje, ou seja, lançando esta coleção Yorubantu, para tentar acertar o alvo ontem”, assumindo o desejo de tentar compreender um pouco mais os tempos, os espaços e as gnoses nos constituem, mas e ainda estão por ser cartografados, topografados e considerados nas viradas epistemológicas necessárias para que estes saberes africanos e negro-brasileiros nos (trans)(re)formem estabelecendo, de fato, campos de conhecimento mais plurais. Obrigado a todxs xs interlocutorxs desse projeto que juntxs com os membros do grupo de pesquisa Yorubantu tentam auto inquirir-se cotidianamente e ao mesmo tempo responder nas suas práticas sociais e acadêmicas à pergunta nodal grafitada na arqueo-genealogia da História subterrânea do Brasil: a que(m) serve o teu saber?

A Universidade Federal da Bahia tem um Nùcleo de Aprendizado.





No Arte na Roda, no site Conexão Planeta, você fica sabendo mais sobre o Congresso Yorubantu. Reproduzi lá a programação que vai até dia 27 de junho.

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