Ossada no coco
- CAIXA CAIXOTE CAIXÃO
- 9 de mar. de 2020
- 3 min de leitura
Atualizado: 25 de jun. de 2022
Vai descascando, descascando até o chão. Nessa escada sem corrimão, desce, rola, se embola. Na paralela, se estatela. E esfarela tanto que é capaz de chegar, sem amuleto, no esqueleto. E tomara que chegue ouvindo a batida do coco. Em ritmo, bem no íntimo.
Ou em percussão, até com papelão. Uma coisa à la Hermeto. Teria que vir no meu coco, ele, lógico. Não fui na homenagem aos 83 anos, em Curitiba, e agora fico inventando algo para compensar.
A minha vontade é bater na porta da casa dele (nem sei direito aonde ele mora) ou esperar ele (esperá-lo hoje não, né?) sair, pegar de surpresa e pedir para ele fazer uma percussão com casca de coco (eu levo, eu levo) exclusiva para o CAIXA, CAIXOTE, CAIXÃO.
Ah! Se ele compôs numa caixinha para o Nelson Faria (alguém sabe se o Nelson já gravou? Mandei uma mensagem. Se ele responder, eu aviso) porque que ele não iria inventar alguma coisa com o meu coco? Huummm metida. Tem views mils, pelo menos? Gira a roda, filha, gira o moinho. Tem que passar muita água pelas stats. Péra, Karen. Antes de tudo. Tem que ser pro PARA DE GRITAR ISSO SEU IRRESPONSÁVEL, inspirado em música, não? É, mas não necessariamente. É que o CAIXA, CAIXOTE, CAIXÃO, em geral, quero que seja mais escroto, mais tonto, mais tétrico, mais qualquer coisa que os outros não são porque não. Entendeu? Nem eu.
Tá, mas vai. Explica o porquê da casca de coco, mulher. É que, por esses dias, ela ganhou protagonismo (essa expressão tem cara de ganhar views. SEO na veia, não?) na minha vida. Comprei o dito coco. Repararam que ele tem umas marcas de furos já quando a gente compra? Não estão abertos, lógico. É a marca da ligação com a planta-mãe, certo? Sei lá. Para tirar a água a gente fura de vez. Aprendizados. Aprendizados. E para abrir? Pega um martelo e senta-lhe porrada? Não, pessoas, não.
A violência nunca é o melhor caminho (CAIXA, CAIXOTE, CAIXÃO: lições para a vida). O melhor, é brincar com fogo, sem violência, sem violência (hahaha). Liga o fogão e põe na boca. A casca racha sozinha. É mais velho que andar para trás, ela me disse. Você não vai escrever sobre isso, me perguntou quando pus o esqueleto para bronzear. Vou, mãe. Mais ou menos. Vou sim. E essa coisa horrível que você trouxe para cá? Não quero isso na minha casa. Vou jogar fora. Leva pra sua. Tá. Levo.
Queimou muito? Esqueceu de passar o óleo de gergelim? Bom, esse óleo, né? Melhor que esses protetores cheio de porcariada, mas, seja razoável, não dá para pegar sol ao meio-dia, né? E como ensina ayurveda, o bom é passar na pele aquilo que você pode comer. (CAIXA, CAIXOTE, CAIXÃO: você ia morrer sem saber dessa). É que a pele se alimenta, come, engole, fagocita. E o pior é que acho que a gente nem mija. Muito sol na moleira, essa mulher. Muito sol. Se bem, que quem brinca com fogo, faz xixi na cama.
Vai queimar mais. Vai queimar mais. Tira do fogo. Tira do fogo. Você viu que o coco praticamente desgruda sozinho da casca? É. Mais ou menos. Essa outra metade teve que dar umas cutucadas para sair. Que engraçado, né? A casca rachou bem certinha. Toda queimada. Pelos fibrosos. Casca grossa. Rugosa. Enfim, eletrólise de graça. Vai queimar a mão. Vai queimar a mão. Deixa esfriar. Vai dar mais uma volta.
O esqueletinho (book acima), que eu entrei em contato na calçada indo para a casa numa tarde já procurando a treva (eu indo para casa, ele não sei, mas me acompanhou), o ossudo com massa magra ok, nem se abalou no fogo. Continuou queimando unzinho, tranquilo, fazendo seu xixi. Ué, porque não pode fazer sentado, evitando aquelas espirradelas nojentas? Só enterrrrado? Errado? Calma. Essa poderia ser uma esqueletinha, não? Como é que a gente vai saber? Ah! Esqueletes são tão melhores. Já que está virando moda os emo-nos, descasquemo-nos todos. Até o osso. Para sair para rua, para chegar a qualquer lua (tô faz tempo com essa rima. Já é praticamete minha), sem casca de identidade, bem à vontade, só com a vontade. Sem tanto argumento à beira da barbaridade, com mais alteridade. (CAIXA, CAIXOTE, CAIXÃO. Liçãozinha de moral da boa).
Com making of (porque o coco puxaaaado no esqueleto é chique). Ah! Fotos e vídeo são meus mesmo.
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