Publicado originalmente no grupo do facebook Nunca precsou de chão firme no dia 22 de agosto. São duas versões.
Das minhasespecificidades andinas. Gosto, gosto mesmo, de fazer gorro andino com restos de lã coloridos, descoloridos, bonitos, não tem feio no meio, cheio de emenda, fenda, pra deixar ou não na tenda. Tem tanto de arrematado que deixa artesão desnorteado. Não. Não. É mais de dar norte à falha, à fala trançada, à possibilidade de mala rodando na esteira pra Cordilheira depois que os andinos saírem bastante. Aliás, adoram sair ao vento, junto com o Tempo. Mostrei pras amigas do coração os andinos antes do arremate. A Cássia Miguel Baldauf falou: parecem que estão no vento. A Glaucia Andrea Domingos disse: dá o nome de Ondina Andina (porque na foto as cores mais claras ficam parecendo ondas). E fomos brincando e fazendo onda. Na minha vez falei: vou chamar de Ondinas Andinas Andantes...
Uma caminhada andina... Já pensou? Vou levar um feito por mim pra mostrar orgulhosa para alguma artesã que hei de encontrar lá.
Comecei esse texto, pensando em como falar do andino que fiz de uma cor só, verdinho água, em ponto leque, gastando mais lã para fazer as trancinhas... O oposto dos andinos que tenho feito.
Quero dizer que esse andino de uma cor foi possível porque uma querida amiga, a Maria Helena Uyeda – nos formamos juntas na faculdade de Jornalismo lá nos anos 80 – esses dias me mandou mensagem dizendo que se lembrou de mim quando passou numa loja de lãs. Comprou alguns novelos e me enviou:
- Mas, Maria Helena, era pra você doar os restinhos que tem em casa e não gastar dinheiro com isso.
- Não tenho lã em casa.
Agradeço, Maria Helena, por colaborar com o CAIXOLÁ LÁ LINHA. As peças – uma a cada cinco confeccionadas com lã de descarte – estão chegando nos carrinheiros. Não tenho tirado fotos porque nessas horas nem saio com celular e não tenho vontade de usar a imagem dos carrinheiros para ganhar curtidas rápidas.
Ainda na mira da vontade de curtir um vento andino, mostro para vocês um áudio de uma pessoa (só uma) que - não sei porque - não acerta o nome CAIXOLÁ LÁ LINHA. Lá? Lã? Linha? Caixote? Dou um pé de meia para o ouvinte que adivinhar quem é que se confunde entre uma lá lá lá e outro e gosta de ouvir - protegido - o vento uivando no pé da orelha, subindo um morro, descendo do forro, sempre de gorro. Ah! O outro pé da meia você compra, tá? Vuuuuuuuuuuuu...
VERSÃO DO FACEBOOK: https://www.facebook.com/groups/nuncaprecisoudechaofirme/permalink/3114410758836533/
